Vida de Mãe

Gente, tenho até vergonha de dizer que não tive mais tempo para escrever aqui! Estar grávida é mesmo maravilhoso e eu não posso negar que gostei muito. Pelo menos até a barriga pesar tanto que não conseguia nem andar direito. Até me ver caminhando como uma pata, com as pernas abertas para encaixar a imensa barriga. Era divertido ver crescendo a cada dia aquele barrigão…

Venha, filho, estamos te esperando!

Tinha tanta coisa para falar e acabei não escrevendo aqui. Por cansaço, preguiça, muito trabalho e tudo o mais que era desculpa para tal. Esfarrapada, é verdade! Porque sei que quem quer faz, sim. Mas peço desculpas e digo que agora vou tentar estar seeeempre pelo pedaço. Desde o dia 13 de outubro de 2010 tenho um presente de Deus na minha vida: Leonardo Tadeu Gomes Verano. E digo que não há nada mais encantador e maravilhoso que olhar para aquele serzinho tão dependente de mim e tão pequeno e vê-lo crescer a cada dia. Não há como não se apaixonar à primeira vista por aquele pedaço de você que deixou de pulsar dentro do seu ventre para ter o coração batendo no mundo.

Pura poesia...

Foi um perído difícil, diferente, gostoso, cheio de novidades, medos de que algo pudesse dar errado, alegria a cada ultrassom quando descobríamos que estava tudo bem e vontade de ver logo a carinha daquele bebê tão esperado, mas ao mesmo tempo, com medo do que seria quando ele saísse dali de dentro. A figura do pai é fundamental nesse momento. Na verdade, a figura do marido, companheiro, amado, ou seja lá o nome que você quiser dar. Ficamos mesmo muito frágeis. É como se qualquer coisinha fosse nos quebrar. Temos medo de tantas coisas, assim como temos força para tantas outras! É sempre um duelo dentro de você. Será que ser mãe é isso desde sempre?

Primeiro vem a surpresa da descoberta. Um misto de felicidade, alegria e preocupação. Depois vêm as dúvidas, as certezas, inseguranças e fortalezas. Depois vem a falta de sono, posições difíceis para dormir e para… bem, vocês sabem o quê! Aliás, esse é um capítulo à parte. Varia muito de mulher para mulher, mas vontades à parte, especialmente no fim, fica mais difícil encontrar uma posição boa para o sexo.

No fim da gravidez a gente não aguenta mais de ansiedade e fica louca para ver logo a carinha dele, para que ele venha ao mundo, para que a barriga deixe de existir e tudo volte ao normal. Normal?! Isso é coisa que nunca mais fará parte do seu vocabulário! Nada vai ser normal. Pelo menos essa é a impressão, já que a gente não sabe nada ao certo e tudo é uma novidade.

Quando nasce a vida vira de ponta cabeça. Todo mundo só fala “aproveita para dormir, pois você não vai mais fazer isso”, mas ninguém fala das mil coisas estranhas que rondam esse momento. No meu caso, a falta de sono não foi tão ruim assim, já que meu filho sempre foi tranquilo e só acordava duas vezes para mamar. Claro que no começo fiquei acabada, detonada, andando pela casa de camisola e despenteada. Tinha sono o tempo todo quase. Mas logo me adaptei à nova rotina e de vez em quando dormia junto com ele. Claro, contando com a ajuda da mãe, do pai, da irma, da sogra, da cunhada… Essa loucura de parentes é outro capítulo que vai merecer um post exclusivo!

Oi, filho, você chegou...

Não é fácil ter que lidar com tanta gente dentro de casa, especialmente quando o que havia antes era paz e tranquilidade de um casal morando sozinho. Mas as intenções de todos são as melhores, isso faz a gente relevar tudo. Ou quase! No fim é tudo uma descoberta e uma confusão de sentimentos e sensações. Dor, prazer, amor, sono, sede eterna, calor do deserto, febre de 40º por causa do leite descendo no peito e choro, choro e mais choro. Do bebê? Não. Da mãe mesmo que, se durante a gravidez era uma manteiga, depois do parto fica derretida de vez.

Mas a vida de mãe é mesmo uma belezinha. Especialmente quando é um bebê calmo como o meu. Dorme bem, chora pouco, mama muito – o que me ajudou a voltar ao corpinho de antes muito rápido! – faz tudo direitinho como um bom bebê que foi melhor do que a encomenda do pai e da mãe.

Leonardo com 3 meses

Agora eu digo que não sei como pude viver sem ele antes e não imagino a vida sem ele ou longe dele. E agora estamos juntos, nós três, como uma família verdadeira para desbravar esse imenso mundo cheio de surpresas e mistérios…

Flávia Gomes